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Vimos no último programa as advertências de Malaquias, o último dos profetas do Velho Testamento, sobre as condições espirituais dos israelitas. O templo e as cerimônias religiosas eram deixadas para segundo plano. Poucos se importavam.
O povo fazia promessas e votos a Deus, porém, na hora de cumprirem com o prometido, não eram fiéis ou justos. Viviam uma religião de aparência. Estavam mais preocupados com suas necessidades e projetos pessoais.
A mensagem de Malaquias é direcionada, em quase todo o seu livro, aos líderes religiosos, ou seja, aos sacerdotes que estavam com a responsabilidade de organizar, dirigir e manter a liturgia no templo.
Havia uma profanação das coisas sagradas. No capítulo um, os sacerdotes profanavam o nome do Senhor. Não por palavras, mas por ações. A forma como é empregado o verbo “profanar” indica que eles o faziam habitualmente. O altar e o sacrifício do Senhor eram considerados desprezíveis. Todo o culto era enfadonho e cansativo para eles, porque não punham nele o coração (Isaías 43:22-24; Miquéias 6:3).
Nos versos 1 e 2 Deus faz uma declaração de amor. “Amei a Jacó”. Esta é uma bela declaração do supremo amor de Deus pelo indigno Jacó. Muitos falam dele como se Jacó fosse o objeto da disciplina e do desagrado de Deus, e nada mais. Não, Deus o ama carinhosamente e ama aquele povo que proveio dEle, a nação de Israel. Nesse amor Deus concedeu o mais rico tesouro do céu, o Messias e Rei de Israel, o Redentor dos homens.
O capítulo dois de Malaquias é a continuação dessa censura aos sacerdotes iniciada no primeiro, especialmente o verso 6. O profeta estende-se sobre a condição pecaminosa dos sacerdotes que deviam conhecer a vontade de Deus e ensiná-la ao povo.
Malaquias agora revela o castigo que os aguarda no caso de continuarem teimando em agir erroneamente. O mandamento ao qual se refere é o decreto, a sentença, ou ameaça de punição dos versículos 2 e 3. Para os sacerdotes que se recusam a dar ouvidos à advertência de Deus e deixam de glorificá-lo, está ali pronunciada a maldição de Deuteronômio 27:15 a 26 e 28:15 -68. As bênçãos mencionadas não se restringem apenas aquilo que os sacerdotes recebem, mas devem incluir todos os benefícios da graciosa mão de Deus, prometidos ao povo pelos sacerdotes por força do seu ofício (Números 6:24-26).
Incluem-se aqui, também, as bênçãos de vida e de paz constantes do versículo cinco, bênçãos que Deus havia retido porque eles continuamente lhe haviam negado obediência. Além do mais, ele ameaça rejeitar a descendência deles.
Os sacerdotes dependiam do sucesso das plantações e colheitas para a própria subsistência. Eles viviam do dízimo. Se Deus amaldiçoasse a semente, eles teriam prejuízo e dificuldades financeiras.
Deus vai ainda mais longe ao adverti-los de que espalhará o esterco de suas festas sobre os seus rostos. Isso seria algo extremamente humilhante e constrangedor. O bucho era a porção atribuída aos sacerdotes (Deuteronômio 18:3), mas o excremento do bucho dos sacrifícios nos dias de festa seria jogado na face deles. Os sacerdotes teriam então de ser levados embora como coisa imunda, abominável.
É interessante como Malaquias faz um contraste entre a conduta culpável dos sacerdotes ímpios de seu tempo com o caráter e a maneira piedosa de seu antepassado com que o Senhor havia feito a aliança sacerdotal. Deus está se referindo a Levi. No Sinai, a tribo de Levi fora fiel diante do pecado dos demais israelitas com o bezerro de ouro. Por causa disso Deus fizera uma aliança, um contrato com os levitas.
A natureza dessa aliança garantia a Israel vida e paz. Deus queria que o Nome dEle fosse respeitado e os levitas deveriam promover isso. Era tarefa dos sacerdotes orientarem o povo, ensinando-lhes todas as normas e mandamentos da Palavra do Senhor. São chamados de mensageiros do Senhor.
Infelizmente, porém, a realidade nos tempos de Malaquias era outra. Os sacerdotes eram descuidados. Haviam se afastado radicalmente do caminho traçado por Deus. Pela falsa interpretação da Lei e por seu mau exemplo, eles induziam os outros a violar a Lei como eles o faziam.
Corromperam a aliança de Levi, tornando-a inoperante por serem desatentos às obrigações que ela impunha (Neemias 13:29). Porque tratavam a adoração e o serviço do Senhor como desprezíveis diante do povo.
A degradação desses sacerdotes aos olhos da nação era pagamento na mesma moeda. Eles eram parciais no desempenho de seus deveres, o que incluía suborno, bem como outros métodos vergonhosos de administrar a lei.
Grande lição essa para os líderes religiosos de hoje em dia. As coisas de Deus devem ser tratadas com respeito e seriedade. Deus não tolera o relaxamento com aquilo que é sagrado. A palavra de Deus deve ser seguida e cumprida por aqueles que lideram. Afinal, os liderados espelham-se em seus líderes.
Creia no Senhor Deus e você estará seguro. Creia nos profetas dEle e você prosperará.