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ENCONTRO COM AS PROFECIAS 066

Nesses últimos programas estamos estudando uma série de profecias de Ezequiel sobre os povos vizinhos de Israel. Essas nações viveram como quiseram viver, agiram como bem entenderam, e em nenhum momento se preocuparam em descobrir qual era a vontade do Deus criador do céu e da terra para eles. Deus, também tinha uma conta a acertar com essas nações.

A profecia que estudaremos hoje tem a ver com a nação Edomita, ou Edom. Antes de estudarmos a profecia, vamos conhecer um pouco este povo. Quais eram os seus costumes? Onde estavam localizados? Qual era o parentesco com Israel?

Todos os que estudam a Bíblia sabem que o povo de Israel é descendente de Jacó. Já os edomitas são descentes de Esaú, irmão gêmeo de Jacó.

Qual é a origem da palavra Edomita? Ela vem da palavra hebraica “edome”, que significa vermelho, uma alusão ao cozido vermelho (prato de lentilhas que foi trocado pelo direito da primogenitura). Em troca desse cozido Esaú vendeu o seu direito de filho mais velho, porque não dava valor a isto. Essa palavra veio a se tornar o sobrenome de Esaú. O nome também se tornou apropriado para designar o território, que era marcado pelo monte Seir, e que tem uma coloração avermelhada, devido a natureza das rochas superficiais.

Edom estendia-se desde o mar Morto, na direção sul, até o golfo de Ácaba. O território de Edom possuía uma extensão de duzentos quilômetros de comprimento por quarenta e oito de largura.

O que a profecia dizia a respeito deste povo? Ezequiel 25:12-13:  “Assim diz o Senhor Deus: Visto que Edom se houve vingativamente para com a casa de Judá, e se fez culpadissimo, quando se vingou deles, assim diz o Senhor Deus: Estenderei a minha mão contra Edom, arrancarei dele homens e animais. Torná-lo-ei em  deserto; desde Temã até Dedã cairão a espada”.

Essa profecia foi feita por Ezequiel, aproximadamente em torno do ano de 590 AC, mas para compreendermos bem, devemos retroceder um pouco na história. Temos que voltar perto do ano de 1760 AC. Mais ou menos nessa data aconteceu um fato que marcou o início dos conflitos entre esses dois povos.

Houve um negócio entre Jacó e Esaú. O negócio envolvia a primogenitura. Na cultura oriental o filho mais velho era o que recebia a maior parte de herança e após a morte do pai se tornava o líder da família, inclusive na parte espiritual. Jacó se aproveitou da fome e da fraqueza espiritual do irmão e com uma proposta desonesta e indecente tirou do irmão o direito da primogenitura. Após essa negociata houve uma briga e Jacó fugiu para não ser morto pelo irmão. Depois de alguns anos acabaram se encontrando e se reconciliando. Ficou, porém, uma ferida aberta entre as duas famílias.

Mas qual foi o erro de Edom? A profecia conta: “visto que Edom se houve vingativamente para com a casa de Judá”.

Creio que Edom assumiu essa posição diante da triste situação que o povo judeu estava enfrentando. Quando os principais de Judá foram levados cativos para Babilônia, a posição dos Edomitas foi de vingança.
Mas o que mudaria na situação dos judeus o sentimento ou não de vingança dos Edomitas? Eu creio que não mudaria em nada. Os judeus iriam da mesma forma para o cativeiro. O cativeiro não seria mudado pelo sentimento bom ou mau dos seus vizinhos.

Então, o que os Edomitas ganharam em expressar este sentimento de vingança para com o povo Judeu? O que eles receberam foi a desaprovação do Senhor.

Você já parou para pensar quem é que mais perde com o sentimento de vingança? É o autor da vingança ou o quem é objeto da vingança? Não tenho a menor dúvida que quem mais perde é o autor da vingança. O objeto da vingança pode sofrer um momento, quando a vingança o atinge, mas o autor, pode passar uma vida inteira remoendo o sentimento de ódio e rancor. Cada vez que o nome da pessoa é citado, um calafrio corre em todo o seu corpo, o coração dispara. Ele passa a vida toda inconformado com tal situação. Aliás, ele não vive. A vida para ele só terá sentido quando ele conseguir se vingar.

Amigo ouvinte, o grande erro de Edom foi manter um sentimento de vingança acalentado, talvez por séculos. Os Edomitas odiavam os Judeus. O ódio e a vingança são sentimentos que fazem parte do caráter de satanás, mas nunca deverão fazer parte do caráter de um cristão. Portanto, se você se diz cristão e abriga em seu coração o sentimento de ódio, de vingança, você precisa repensar sua vida e o conceito de cristandade. Jesus Cristo não agia assim.

Talvez você argumente: “Mas, Amilton, aquela pessoa errou comigo, me feriu, me humilhou. Eu não posso perdoá-la”. Você pode até ter razão. A outra parte está errada, mas isto não lhe confere o direito de odiá-la e de viver planejando um meio de se vingar. Este sentimento é próprio de Satanás, e não de Cristo.

Pense nisso e creia no Senhor Deus para estar seguro. Creia nos profetas dEle e você prosperará.