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TEMPO DE REFLETIR 1540 – 20 de março de 2018
Sabe, Cristo, descobri que há muitos dias estou de mal com você. Agora não andamos mais juntos, não conversamos mais. Desliguei-me mesmo. Com o tempo você sumiu da minha vida e, nem sei como, até parece que foi tão de repente…
Puxa, como o tempo se encarregou de mudar as coisas! Nunca mais fui à Sua casa. Nunca mais me sobrou tempo para fazer meus companheiros Seus amigos, nunca mais falei de você prá ninguém, nem fico a pensar em você como antes.
Estou muito mudado, sabe? Tenho andado por caminhos estranhos. Meus amigos agora são outros e talvez gostassem muito de conhecer você, mas não me sobra tempo mesmo para falar de você para eles, são tantas coisas boas a desfrutar que estou abismado, encantado com o mundo que eu não conhecia. Não leio mais o Seu livro ou coisa semelhante. O tempo não me sobra mesmo, os divertimentos, os passatempos, um encontro com os amigos me têm roubado as horas que eram dedicadas a leitura do Seu Livro, a uma conversa aberta, íntima com você.
Como eu mudei! Quando fico só penso nisso, mas muito de leve, não quero ver onde estou e até quando vou ficar assim, indiferente a você e as Suas coisas. Mudei muito mesmo, por dentro e por fora; não tenho mais devolvido aquilo que te pertence, não tenho mais reservado tempo para você como assim deseja que seja. Agora emprego em coisas que você nunca quis que eu usasse. Tenho me alimentado mal e dormido pouco, o que, segundo Seus conselhos, significa matar-me a mim mesmo. Sem querer falo uma porção de gírias, enterrando dia a dia minha espiritualidade.
Tenho feito muita gente sofrer, meus pais que não se adaptam com essa mudança, meu novo modo de viver.
Mas sabe Cristo, perdi a hora de um encontro com a minha turma e até parece que o destino assim o quis. Hoje estou um bocado chateado. Daí fiquei só durante longo tempo e senti pela primeira vez muitas saudades de você. E, uma lágrima fria correu dos meus olhos, molhando a roupa nova que coloquei. Uma lágrima teimosa que insistiu em rolar, até parece que ia me sufocar e eu explodir de tanta tristeza. E como um desenhista dei a volta no grande compasso da vida e recordei com saudades como era gostoso ficar a sós com você, visitar Seus amigos, promover programas para engrandecer você, Sua causa, para fazer alguém feliz…
Tudo, tudo isso passou diante de mim na grande tela da memória que o tempo não apaga fácil. Agora eu estava muito longe, eram caminhos completamente opostos e eu precisava começar tudo outra vez. Mas eu queria, precisava voltar, voltar ao lado bom da vida, para o verdadeiro caminho, para a razão de viver, para ser feliz, para estar outra vez com o meu velho e fiel Amigo, que me desculpava o atraso, que não guardava rancor pelas minhas travessuras.
Senti vergonha de mim, nojo pelo caminho que eu colori com as minhas ilusões e descobri que agora eu era um escravo: do tempo, dos divertimentos, da moda, dos prazeres e muito mais, escravo do Seu grande inimigo – Satanás.
Como estava sendo inútil, Cristo, o Seu sacrifício por mim, como não dei valor a mim mesmo, a vida que você me deu. Como você ficou triste por todo esse tempo em que me divertia, que fugia ao dever, que O neguei. Hoje, que quero, preciso ficar de bem, preciso voltar prá você. Me ajuda, por favor, Cristo!…
-> Música: Rebanhão, “Primeiro amor”
-> Locução: Amilton Menezes
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