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A profecia de hoje foi feita poucas horas antes da crucifixão de Jesus. O lugar foi o cenáculo, um ambiente reservado pelos discípulos para comemorarem a páscoa. Foi nessa ocasião que Jesus proferiu: “O que mete comigo a mão no prato, esse me há de trair” (Mateus 26:23).
“Os cenáculos eram usados como sala de meditação, oração, para escapar do barulho da rua, e também como sala de visitas. Nas casas hebréias, os cenáculos eram cobertos com um telhado plano. Nas estruturas gregas e romanas, o cenáculo fazia parte do andar superior da casa. O cenáculo era usado durante o verão; e o andar térreo, durante o inverno. Os judeus associavam o inverno ao interior da casa e o verão ao ar livre” (Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia vol. 6 pg.49).
E foi num lugar tranqüilo como esse que Jesus celebrou Sua última páscoa. A Bíblia menciona quatro páscoas das quais Cristo participou: a do ano 28 (João 2:13), a do ano 29 (João 5:1), a do ano 30 (João 6:4), e a última que foi no ano 31 (João 19:14).
E como era celebrada a páscoa pelos judeus? Que elementos faziam parte dessa comemoração? “A refeição da páscoa consistia de um cordeiro morto de um ano de idade, e era morto pelo chefe do lar no dia 14 de Nisã. A refeição judaica da páscoa, nos tempos de Jesus, relembrava as casas marcadas com sangue dos cordeiros da páscoa, que foram poupadas por isso, e a redenção da escravidão do Egito… Participar na comunhão da mesa significava participar da benção de Jeová. A oração do começo da refeição, e as ações de graça no seu fim, tinham este significado. O chefe do lar tomava pão e pronunciava sobre ele a benção em nome de todos os que estavam presentes. Depois quebrava o pão que abençoara, e dava um pedaço a cada um que se assentava à mesa. Desta maneira, todo o participante da refeição recebia uma participação da benção. Seguia-se uma benção após a refeição. O chefe do lar pegava uma taça de vinho, e pronunciava uma benção sobre todos os presentes. Depois, todos bebiam da taça da benção, a fim de receberem uma parte da benção pronunciada sobre o vinho” (Dicionário Internacional de Teologia vol.1 pg.318-319).
“Havia um número mínimo para comer a páscoa, segundo a lei judaica, que era de dez pessoas; e assim sendo, Jesus satisfazia o numero legal [Ele estava reunido com os 12 discípulos]. O cordeiro pascal tinha de ser totalmente consumido” (O Novo Testamento Interpretado, vol. 1 pg.592).
Jesus estava diante de um grupo cheio de grandes aspirações. Todos não tinham compreendido a verdadeira missão do Messias. Estavam contaminados com a idéia corrente entre os judeus, de um Messias com poderes militares, que iria libertá-los da escravidão de Roma. Entre eles havia uma disputa para saber quem ocuparia os cargos mais importantes no novo reino.
Quando chegaram ao cenáculo descobriram que haviam esquecido de providenciar um detalhe. Esqueceram de contratar um servo para lavar os pés de todos.
Na cultura Oriental, os discípulos eram responsáveis por providenciar todas as coisas para o seu mestre. Eles tinham que providenciar a comida para todos os dias, o lugar para dormir, mas não eram obrigados a lavar os pés do Mestre.
Jesus não estava preocupado isso. Disse a eles que grande no reino dEle não quem é servido, mas quem serve, e pegou a toalha e começou a lavar os pés de todos os presentes.
Foi neste contexto que Jesus fez a profecia que “aquele que mete a mão comigo no prato, este vai ser o traidor.
João havia feito a pergunta a Jesus sobre quem seria o traidor, e ai Jesus deu a resposta que se tornou uma profecia sobre o traidor. Provavelmente Judas não ouviu a pergunta de João, pois ele estava bem mais próximo do Mestre que os demais (João 13:21-26).
Quando Jesus identificou o traidor com “aquele que mete a mão comigo no prato”, Ele começa a dizer que a pessoa que se prestasse para fazer este trabalho, era melhor não ter nascido. “Meter a mão no prato”, era uma expressão usada para descrever o modo como comiam a páscoa. Havia uma tigela, onde era colocado um molho feito de ervas amargas, para que o pão fosse molhado nesse preparado e então comido. Meter a mão significa molhar o pão em conjunto.
Judas comeu com Jesus, e a narrativa bíblica diz que ele saiu. Judas saiu da presença da luz (Cristo), e foi para as trevas (sacerdotes) para combinar como entregar-lhes o seu Mestre. A profecia feita por Jesus demorou poucas horas para se cumprir. Desde que o traidor foi identificado, os movimentos foram rápidos.
Depois de comerem a páscoa, Jesus saiu com os onze para o monte das Oliveiras. Algumas horas mais tarde Judas aparece liderando uma pequena multidão. Com um beijo ele identifica a Jesus, tão odiado pelos lideres judeus. Jesus é preso, torturado, maltratado e crucificado.
Muita gente não consegue entender porque Judas depois foi enforcar-se se tudo correra como o planejado. Na verdade, Judas não queria matar ou que matassem a Jesus. Ele estava forçando uma situação para Jesus reagir e se proclamar rei. Judas imaginava que Jesus se libertaria facilmente, destruiria os inimigos e, de quebra, ainda teria um lucro, com as 30 moedas de prata.
Deu tudo errado. Judas não suportou e, com certeza, instigado pelo inimigo, tirou a própria vida. Que pena. Um dos mais preparados dos discípulos, que teve o privilégio de conviver com Cristo durante tanto tempo, não soube aproveitar o que realmente tinha importância.
Pense nisso e creia em Deus para estar seguro. Creia nos profetas dEle para prosperar.