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TEMPO DE REFLETIR 343 – 9 de dezembro de 2014
“Lançai de vós todas as vossas transgressões com que transgredistes, e criai em vós coração novo e espírito novo, pois, por que morreríeis, ó casa de Israel?” (Ezequiel 18:31).
Provavelmente, em todas as Escrituras, não encontramos outro mandamento mais difícil de ser obedecido do que este de nosso verso: “Criai em vós coração novo e espírito novo”.
Como o homem não pode se si mesmo, por mais ansioso que esteja, acrescentar um côvado ao curso de sua vida, tão pouco pode de si mesmo mudar seu coração. Já o profeta Jeremias tinha enfatizado esta verdade: “Pode acaso o etíope mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? Então poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal” (13:23). Em outra passagem, Jeremias vai dizer que o pecado é como uma mancha indelével, que com a maior boa vontade o homem não pode lavar (2:22).
Felizmente, o homem não é deixado a sós diante de uma tarefa impossível. No fundo, todo mandamento de Deus é também uma promessa. O Deus que pede obediência, é também o Deus que nos dá a graça para obedecer. É esta verdade que Agostinho resumiu na prece singela: “Dá o que pedes, e pede o que queres”. Como o Senhor sempre nos dá forças para cumprir os Seus mandamentos, então Ele nos pode pedir a tarefa mais difícil que quiser, pois, com a tarefa, Deus nos concede a graça para realiza-la.
Se no contexto do capítulo 18 de Ezequiel o Senhor pede que o homem crie em si coração novo, já em Ezequiel 36:26, Ele dirá: “Dar-vos-ei coração novo, e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne”. O homem não pode de si mesmo criar um coração novo, mas pode aspirar a possuir um coração novo. Pode reconhecer sua total dependência da graça divina para sua salvação. E este reconhecimento abre o caminho para que Deus efetue o milagre da regeneração a seu favor.
“Sem Mim nada podeis fazer”, disse nosso Salvador. Mas, com Cristo, tudo é possível, mesmo o transplante de um coração de pedra por um coração de carne. Uma vez realizado o milagre em nós, diremos humildemente com o apóstolo: “Todavia não eu, mas a graça de Deus comigo” (1Co 15:10). Na obra da regeneração, tudo é em virtude da graça de Deus em nós e conosco, pois a colaboração e consentimento do homem não são excluídos.
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-> Texto: Siegfried J. Schwantes
-> Música: Társis Iraídes, “És tudo para mim”
-> Narração: Amilton Menezes