Podcast: Play in new window | Download (Duration: 10:00 — 13.7MB) | Embed
Subscribe: RSS
Podcast (qualidade-32kbps): Play in new window | Download (Duration: 10:01 — 2.3MB) | Embed
Subscribe: RSS
A profecia que vamos analisar hoje com certeza choca aos que a estudam. Está em Jeremias 31:15. “Assim diz o Senhor: ouviu-se um clamor em Ramá, lamentação e choro amargo: Raquel chora por seus filhos e não se deixa consolar por eles, porque já não existem.”
Esta profecia, feita aproximadamente no ano 606 AC, menciona que em Ramá se ouviria um grande lamento. Definir a localização exata de Ramá é muito difícil, mas isto não diminui a sua importância e nem desmerece o que aconteceu nesse lugar. É muito provável que o profeta se referiu a Ramá, que estava próxima a tumba de Raquel, no território de Benjamim. Ficava perto de Betel, ou Jerusalém. Ramá também estava na rota pela qual seriam transportados os cativos judeus em direção a Babilônia e parece ser neste lugar um ponto de encontro de todos os prisioneiros antes de iniciarem a grande viagem em direção à Babilônia.
Vamos ler Jeremias 40:1: “Palavra que veio a Jeremias da parte do Senhor, depois que Nebuzeradão, comandante de guarda imperial, o deixou ir de Ramá, estando ele atado com cadeias no meio de todos os do exílio de Jerusalém e de Judá, que estavam sendo levados cativos para Babilônia”.
Um dos cumprimentos dessa profecia foi quase imediato. Foi em Ramá que Nebuzeradão reuniu todos os cativos a fim de organizá-los para a viagem. É fácil de imaginar o que aconteceu neste local. Famílias que por ocasião da invasão foram separadas e agora estavam reunidas novamente; alguns choravam pela morte de parentes; outros choravam porque estavam sozinhos. E para aumentar a tristeza, os soldados mataram muitos ali em Ramá. O cenário era o mais triste possível. O choro, o pranto, a dor eram imensuráveis. Todos tinham motivos para chorar. Ramá tornou-se símbolo de dor e sofrimento. Este foi o primeiro cumprimento desta profecia.
Mas há um outro cumprimento. Mateus 2:16-18 diz o seguinte: “Então Herodes, vendo-se iludido pelos magos, irritou-se muito e mandou matar a todos os meninos de Belém, e de todos os seus arredores, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira os magos. Então cumpriu-se o que foi dito pelo profeta Jeremias. Ouviu-se uma voz em Ramá, choro e grande lamentação, Raquel chorando por seus filhos, recusando ser consolada, porque já não existem”.
Vamos conhecer um pouco mais sobre esse Herodes, chamado de “o grande”. Era idumeu ou edomita, isto é, descendente de Edom. Nasceu em 73 AC efoi rei da Judéia entre os anos 40AC e 4 DC. Herodes, mesmo não sendo judeu de nascimento, era judeu de religião. Casou-se com Mariamne, que era membro da família de Hasmoneanos, família esta que se opunha ao seu governo. Aos poucos Herodes foi assassinando os membros da família rival, chegando ao absurdo de mandar matar a própria mulher e até os filhos que tivera com ela. Antes de morrer ordenou que o seu próprio filho, Antipater, fosse morto. Também providenciou para que, após a sua morte, todos os seus nobres fossem assassinados. Morreu de uma enfermidade fatal no estômago e intestinos.
A crueldade mais famosa de Herodes, se é que podemos dizer que crueldade produz fama, foi a morte de todos os meninos de Belém de dois anos para baixo. Belém, também conhecida por Belém Efrata (Miquéias 5:2), era uma cidade pequena que estava aproximadamente a 8 quilômetros de Jerusalém. A cidade de Belém tinha recebido poucos dias antes uma família que, em cumprimento do decreto do Imperador, estivera na cidade de seus pais para um recenseamento. A cidade estava superlotada. Não havia lugar para José e Maria. O único cantinho que sobrou foi um abrigo, onde os animais também passavam a noite. Foi ali que nasceu o menino Jesus.
Na noite do nascimento do Messias apareceu no céu uma luz misteriosa que persistia no lado ocidental. Os magos do Oriente – um grupo de estudiosos que pertencia a uma classe de homens influentes, ricos e de nobre nascimento – ficaramimpressionados com o brilho, os sábios recorreram aos rolos sagrados dos hebreus e viram que a profecia estava se cumprindo. Fizeram então uma grande viagem para comprovar o que já supunham. Ao chegarem à Jerusalém procuraram o rei Herodes, pedindo informações sobre o nascimento do novo rei (Mateus 2:1-2).
Imediatamente Herodes chamou os assessores que informaram que o Messias deveria nascer em Belém. Para lá foram os magos com a garantia de que voltariam para dar informações sobre o encontro com o menino. Porém, avisados por Deus, retornaram por outro caminho. Herodes, ao saber que fora enganado, mandou matar todos os meninos de Belém, de dois anos para baixo.
Enquanto Jesus fugia com José e Maria, os soldados cumpriam uma profecia feita cerca de 600 anos antes. A cena foi indescritível. Filhos foram arrancados dos braços de seus pais e executados sem nenhuma piedade. O evangelista Mateus aplicou a profecia de Jeremias a este triste episódio: “Então se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias, que diz: Em Ramá se ouviu uma voz, lamentação, choro e grande pranto: Raquel chorando os seus filhos e não querendo ser consolada, porque já não existem” (Mateus 2:17-18).
Amigo ouvinte, assim foi cumprida a palavra do profeta Jeremias. Raquel, símbolo da mãe dos judeus, não aceitava ser consolada. O que de mais precioso existia fora perdido. Não havia consolo. Hoje também choramos, lamentamos, sentimos tristeza, e o que nos conforta é a garantia de Deus tudo isso vai passar e em breve viveremos o novo tempo prometido por Deus.
Que a palavra de Deus o console, amigo ouvinte. Creia nEle. Creia nos profetas dEle e você prosperará.